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Relatos do dia-a-dia de um pula a trabalhar em Luanda.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Vibrio qué?!?

A Cólera (ou cólera asiática) é uma doença causada pelo vibrião colérico (Vibrio cholerae), uma bactéria em forma de vírgula ou bastonete que se multiplica rapidamente no intestino humano produzindo uma potente toxina que provoca diarréia intensa. Ela afecta apenas os seres humanos e a sua transmissão é directamente dos dejectos fecais de doentes, por ingestão oral, principalmente em água contaminada.

A cólera provavelmente originou-se no vale do rio Ganges, Índia. As epidemias surgiam invariavelmente durante os festivais hindus realizados no rio, em que grande numero de pessoas se banhava em más condições de higiene. O vibrião vive naturalmente na água e infectava os banhantes que depois o transmitiam por toda a India nas suas comunidades de origem. Algumas epidemias também surgiram devido a peregrinos nos países vizinhos com aderentes da religião hindu, como Indonésia, Birmânia e China.

Foi descrita pela primeira vez no século XVI pelo português Garcia da Orta, trabalhando na sua propriedade, Bombaim, no Estado da Índia Português. Foi o inglês John Snow que descobriu a relação entre água suja e cólera em 1854. A bactéria Vibrio cholerae foi identificada pelo célebre microbiologista Robert Koch em 1883.

Foi só em 1817, com o estabelecimento do Raj britânico na India, e particularmente na região de Calcutá, espalhou-se a cólera pela pimeira vez para fora da região da India e paises vizinhos. Ela foi transportada por militares ingleses nos seus navios para uma série de portos e a sua disseminação tra-la-ia à Europa e Médio Oriente, onde até então era desconhecida. Em 1833 chegou aos EUA e México, tornando-se uma doença global.

Numa das primeiras epidemias no Cairo, matou 13% da população. Estabeleceu-se em Meca e Medina, onde as peregrinações religiosas muçulmanas do Hajj permitiam concentrações suficientes de seres humanos para se dar a cadeia de trasnmissão da epidemia, assim como nas cidades grandes da Europa. Na Arábia foi endémica até ao século XX, matando inúmeros peregrinos, tendo sido aí que surgiu o agora disseminado serovar eltor. A disseminação pelos peregrinos, vindos de todo o mundo muçulmano de Marrocos até às Indonésia, foi importante na sua globalização assim como os navios comerciais europeus.

Durante o século XIX, surgiram abruptamente várias epidemias nas cidades europeias, matando milhares em epidemias em Londres, Paris, Lisboa e outras grandes cidades. Uma dessas epidemias em Londres, 1854 levou ao estabelecimento das primeiras medidas de saúde pública, após constatação que poços contaminados estavam na origem da doença, pelo médico John Snow.


Progressão e Sintomas

A incubação é de cerca de cinco dias. Após esse período começa abruptamente a diarreia aquosa e serosa, tipo água de arroz.

As perdas de água podem atingir os 20 litros por dia, com desidratação intensa e risco de morte, particularmente em crianças. Como são perdidos na diarreia sais assim como água, beber água doce ajuda mas não é tão eficaz como beber água com um pouco de sal. Todos os sintomas resultam da perda de água e electrólitos:

- Diarréia volumosa e aquosa, sempre sem sangue ou muco (se contiver estes elementos trata-se de disenteria).
- Dores abdominais tipo cólicas.
- Náuseas e vómitos.
- Hipotensão com risco de choque hipovolémico (perda de volume sanguineo) mortal, é a principal causa de morte na cólera.
- Taquicardia: aceleração do coração para responder às necessidades dos tecidos, com menos volume sanguineo.
- Anuria: diminuição da micção, devido à perda de liquido.
- Hipotermia: a água é um bom isolante térmico e a sua perda leva a maiores flutuações perigosas da temperatura corporal.

O risco de morte é de 50% se não tratada, sendo muito mais alto em crianças pequenas. A morte é particularmente impressionante: o doente fica por vezes completamente mirrado pela desidratação, enquanto a pele fica cheia de coágulos verde-azulados devido à ruptura dos capilares cutâneos.

In Wikipedia

Segundo parece anda a solta um surto desta coisa aqui na banda...
Com a gripe-das-aves a atacar regularmente em Portugal (ainda neste fds em Guimarães!), acho que vou pedir para voar para as caraíbas!

1 Comments:

At 5:56 da tarde, Blogger Jingas said...

A Estação das Chuvas do também angolano José Eduardo Agualusa, vale a pena ler.

É um romance biográfico da Lídia do Carmo Ferreira misteriosamente desaparecida na década de 90. Achei interessante.

 

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